Uma pesquisa divulgada na última segunda-feira, 17 de março, analisou os hábitos de consumo de diversos países em relação à compra de aplicativos. No Brasil, foi identificado que os aplicativos pagos ainda não possuem um mercado consolidado: por aqui, 93% do que é baixado para dispositivos móveis é gratuito. A pesquisa foi elaborada pela Qualcomm em parceria com a Convergência Research.
A pesquisa
No Brasil, foram entrevistadas 1,4 mil pessoas que possuem smartphones. Estima-se que o país tenha 47,8 milhões destes aparelhos e, do total de pessoas entrevistadas, 65% já baixaram algum aplicativo. Este valor, por si só, já foi considerado baixo: no México, por exemplo, a porcentagem é de 75%, enquanto na Grã-Bretanha chega a 94%.
Além da preferência por aplicativos gratuitos, os brasileiros também não costumam gastar muito quando adquirem aplicativos em lojas como Apple Store e Google Play. A média de gastos dos brasileiros nestas lojas é de U$1,26, algo em torno de R$3.
Tipos de aplicativos
Segundo a pesquisa, os jogos são os aplicativos mais baixados no Brasil, respondendo por 19% do total. Os mensageiros instantâneos vêm na segunda posição, com 17%, seguidos por apps de fotografia, vídeo e TV, com 12%. Em seguida estão os aplicativos de redes sociais, com 9%, e os de gestão do smartphone e aumento de produtividade, com 8%.
Em ordem de preferência nas lojas brasileiras, o líder é o WhatsApp, seguido por Facebook e Instagram. Na quarta posição está o Skype, seguido de Pou, Facebook Messenger e Candy Crush. A décima posição é ocupada pelo game Angry Birds.
Aplicativos nacionais
Curiosamente, dentre os dez aplicativos mais baixados no Brasil, nenhum deles é nacional. Segundo a pesquisa, somente 15% dos aplicativos baixados nas lojas do iOS e do Android são brasileiros. Dentre estes, a imensa maioria é de apps de entretenimento, seguidos por serviços bancários e portais de notícias.
Potencialidade
Como conclusão, a pesquisa acaba por mostrar que todo o potencial que envolve os smartphones ainda é pouco explorado no Brasil. Atualmente, há diversos aplicativos nacionais para as mais diversas funções. Grandes sucessos mundiais, como o app de trânsito Waze, ainda não alcançaram muita visibilidade no país.
O mercado de aplicativos de mobilidade urbana, inclusive, é uma tendência mundial que ainda não chegou de fato por aqui. Serviços como o Zaznu, que cadastra pessoas disponíveis para oferecer caronas, contam geralmente com menos de dez mil usuários no Brasil – incluindo aqueles que não são exatamente usuários ativos, ou seja, baixam o aplicativo para conhecê-lo, mas acabam não o utilizando.
Justificativa
O interesse abaixo do esperado neste tipo de aplicativo tem algumas razões. Uma delas é a própria difusão dos serviços, muitas vezes restrita apenas a São Paulo e Rio de Janeiro. E, no caso específico de aplicativos de carona, há também uma preocupação com a segurança.
Os aplicativos de táxi, por sua vez, costumam encontrar a resistência das centrais, que se preocupam cada vez mais com a debandada de taxistas. Assim, este serviços não conseguiram ainda se desenvolver adequadamente no Brasil.