Apesar de ficar acima da meta do governo federal, a inflação de 2014 tende a ficar estável segundo análise do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na última quinta-feira (5). Em 2015, a tendência é que a inflação recue, mas ainda assim ficando acima da margem estipulada pelo Planalto.
Mesmo com a desaceleração do ritmo de alta da Selic pelo Copom, os resultados previstos são muito parecidos com os apresentados em janeiro. A grande variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses é apontada como principal fator para a resistência nos índices da inflação. Ainda de acordo com o Copom, é preciso manter o atual ajuste das condições monetárias para auxiliar na redução da inflação.
Na última semana, o Banco Central reduziu o ritmo de aperto monetário, elevando a taxa Selic para 10,75% ao ano, reajuste de 0,25 ponto percentual. Nas seis decisões anteriores, o BC havia gerado aumentos de 0,5 ponto percentual da taxa. O último ciclo de aperto monetário foi motivado pela mínima histórica da taxa básica de juros, que chegou a 7,25% em abril de 2013.
Nova alta deve acontecer
O mercado aposta em uma nova alta de 0,25 ponto percentual na Selic em abril, na próxima reunião do BC. Apenas 33% esperam manutenção da taxa. A prévia da inflação oficial do país (IPCA-15) acumulava, de 1º de março do ano passado até o final do último mês de fevereiro, alta de 5,65%, enquanto que a meta de inflação do governo é de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
A ata da última reunião informa que a projeção de estabilidade nos preços da gasolina em 2014 foi mantida pelo Copom, e também a expectativa de um reajuste de 7,5% na tarifa residencial de eletricidade.