Após o anúncio da nova meta brasileira de superávit primário, bem recebido por investidores que, aos poucos, se mostram menos cautelosos, o dólar registrou três dias seguidos de quedas e fechou a semana em R$ 2,35. A depreciação da divisa dos Estados Unidos no exterior também forçou a desvalorização da moeda americana no Brasil. O recuo ficou em aproximadamente 0,8%, com acumulado de 1,39% de queda na semana.
Este foi o sexto pregão consecutivo com o dólar ficando abaixo da linha de R$ 2,40. Entretanto, especialistas do mercado financeiro acreditam em uma nova alta da moeda americana dentro de pouco tempo. Estima-se que a divisa deve oscilar entre R$ 2,35 e R$ 2,45, níveis não considerados como inflacionários, e que também não devem prejudicar as exportações.
A depreciação da divisa norte-americana, que também ajudou na desvalorização do dólar no Brasil, foi puxada por dificuldades no mercado imobiliário dos Estados Unidos. O mês de janeiro registrou queda nas vendas de moradias usadas muito acima do esperado, o que preocupou investidores quanto à capacidade de recuperação da economia americana.
Meta brasileira ainda não convence especialistas
Na última quinta-feira, o Planalto divulgou a nova meta fiscal brasileira, fixada em 1,9% do PIB de superávit, em uma manobra para que o objetivo seja cumprido sem arranjos contábeis, devolvendo aos investidores a confiança no gerenciamento das contas públicas.
A estratégia, até o momento, tem funcionado. Entretanto, especialistas não acreditam no cumprimento integral das metas estipuladas por se tratar de um ano eleitoral. O novo objetivo é igual ao resultado real de 2013, que ficou entre os piores desempenhos históricos do país.