O sueco Stefan Svallfors, professor de sociologia na Universidade de Umeå, indicou o ex-agente da CIA Edward Snowden para Nobel da Paz. O professor enviou uma carta para o Comitê Nobel Norueguês nesta semana. Até hoje, 100 pessoas foram homenageadas desde a existência do prêmio, em 1901.
Na visão de Svallfords, as ações de Snowden são um símbolo de heroísmo na luta pelos direitos humanos. O ex-agente revelou o programa ultra-secreto de espionagem da NSA, o PRISM, que viola acordos internacionais e legislação dos próprios Estados Unidos. A opinião do professor foi publicada no periódico impresso Västerbottens-Kuriren, da Suécia.
Segundo o jornal, Svallfors diz que o americano renunciou suas liberdades para lutar por uma causa social, de interesse global. A ação vai muito além de interesses individualistas ou apenas governamentais. Para o sociólogo, seria importante o comitê se manifestar a favor dos direitos humanos, em um período conturbado, onde o discurso da democracia ainda prevalece maquiado, distorcido.
Na carta, o sueco criticou o comitê. O Nobel da Paz é visto como a premiação mais política de todas e pouca justificada. Prova disso é a premiação de Barack Obama, em 2009, pelo exercício na presidência dos EUA. Em 2012, Obama derrotou Mitt Romney na reeleição. No período eleitoral, a primeira-dama, Michele Obama, disparou a frase: “nós matamos Osama”. Portanto, o professor de sociologia acredita que a premiação de Snowden ajudaria a melhorar a imagem prejudicada desta modalidade do Nobel.
De setembro a fevereiro do ano que vem, as indicações podem ser feitas oficialmente. É quando começa a corrida pela premiação. Não é qualquer pessoa que pode fazer a indicação. Apenas intelectuais, rigorosamente selecionados, podem sugerir nomes. Entre eles, estão governantes, cientistas sociais – onde se encaixa o professor –, historiadores, filósofos, especialistas da área de direito e teologia.