As mães que sofrem com obesidade ou diabetes durante o período da gravidez têm uma chance bem maior de dar à luz a uma criança com autismo ou que apresente outro tipo de atraso no desenvolvimento. A informação foi divulgada num estudo americano, publicado ontem, segunda feira (09).
Os dados resultantes da pesquisa foram publicados na revista Pediatrics e apontam sérias preocupações no quesito saúde pública. Em março, as autoridades da área da saúde nos EUA constataram que o número de casos com autismo diagnosticado (que dizer que não há suspeitas de outra doença) subiu 23% entre os anos de 2006 e 2008, tendo afetado em média 88 crianças.
Os pesquisadores examinaram mais de mil duplas mãe-filho de diferentes níveis socioeconômicos na Califórnia. Cerca de metade das crianças analisadas apresentavam autismo, mais de 170 sofriam de outros transtornos de desenvolvimento e apenas 315 se consideravam normais.
Ainda que o estudo não tenha indicado diretamente que o peso ou diabetes ao longo da gravidez tenham sido a causa dos problemas, formou-se uma correlação entre os transtornos nas crianças e a saúde da mãe. Por exemplo, mães que sofriam de obesidade, tinham 67% mais chances de ter filho com autismo do que mães com peso correto e sem diabetes.
Questão séria
A relação entre a saúde materna e os problemas de desenvolvimento nos filhos é bastante preocupante, podendo representar implicações na saúde pública de uma maneira geral. A declaração é de Paula Krakowiak, integrante do estudo, da Universidade da Califórnia.
Os pesquisadores sustentam a teoria de que os problemas do feto podem ser conseqüência de uma exposição prolongada a altos níveis de insulina, no caso de mães diabéticas, requerendo maior utilização de oxigênio. Outra problema com a diabetes é que pode acabar diminuindo os níveis de ferro para o fato, interferindo no desenvolvimento cerebral.