Um artigo publicado na edição de segunda-feira (12) da revista científica Astrobiology mostra que algumas regiões de Marte têm condições de abrigar vida. A pesquisa foi feita por cientistas australianos que construíram modelos das condições do planeta vermelho para identificarem onde seria habitável. Os resultados mostraram que “vastas regiões” de Marte têm capacidade de abrigar vida. Liderada por Charley Lineweaver, da Universidade Nacional Australiana, a equipe comparou condições de temperatura e pressão para calcular quanto do planeta seria similar à Terra.
“O que tentamos fazer, simplesmente, foi pegar quase toda a informação de que dispunhamos, juntá-la e dizer ‘a ideia geral é consistente com a existência de vida em Marte? E a resposta simples é sim… Há vastas regiões em Marte que são compatíveis com a vida terrestre”, explicou o cientista. De todo o volume da Terra, apenas 1% abriga vida. A pesquisa feita em comparação a Marte mostra que 3% do planeta vermelho teriam as condições adequadas.
Para o pesquisador, a importância desse estudo é por mostrar que existem condições de desenvolvimento da vida, mesmo que microbiótica, em outros planetas além da Terra. Lineweaver declarou que o estudo é “a melhor estimativa já publicada sobre quão Marte é habitável para os micróbios terrestres”.
As regiões adequadas para a existência de vida no planeta vermelho seriam as mais profundas, pois a pressão garantiria as condições necessárias para o desenvolvimento dos micróbios. Nas profundidades o planeta seria quente o suficiente para manter as condições desejáveis, pois a temperatura média do planeta é de -63ºC.